III
 

Como vimos, no capítulo anterior, as primeiras formas humanas evoluíram a partir de modificações selecionadas pelo meio natural em que vivia a espécie inicial, que as originou. É válido pensar que dessas variações do tronco primordial dos quais descendemos nós os humanos, saíram, consequentemente as primeiras formas bípedes dos futuros homens, que conseguiram adaptação e como sabemos, evoluíram até nós.

Essa evolução estaria traçada pela forma como foi conduzida, desde seu início, a moldar um novo ser; exótico sob todos os aspectos no meio natural e, que a partir de certos estágios de sua formação faria do mecanismo que possibilitou sua ascensão de organismos inferiores, em um mecanismo artificial e direcionado pelo seu próprio esforço da vontade.

Dessa forma, a evolução com o homem divergiu e tomou características antagônicas em relação às demais espécies. Tudo isso, deveu-se ao sentido inimaginável que seguiu essa evolução, ao trocar os primeiros "passos" junto com nossos antepassados, dando-lhes os empurrões iniciais e não deixando que parassem de "caminhar".

Todavia, seria depois, artificializada e assimilada pela própria inteligência que ela mesma deu, ao propiciar nesse novo ser. A racionalidade e lucidez foi o caminho encontrado por ele para sobrepujar o meio, que em fases primárias de sua conduta evolutiva foi selecionado a trilhar.

Deparando-se, nesse trajeto que percorria sua espécie, com obstáculos intransponíveis para seus dotes de então, ousou remover esses obstáculos, no esforço da sobrevivência, com uma lucidez que ainda não possuía.

Experimentou pela primeira vez, entre todos os seres, dominar forças compulsórias e condicionadoras, embutidas em seu cérebro, há milênios; e, de posse delas, tentar algo novo, impondo sua vontade.

Consequentemente, esse ser que, até então, era direcionado por instintos que lhe vinham garantindo a sobrevivência, por uma contingência imposta na sua própria trilha que evoluía, deparou-se com alternativas, as quais só com seus instintos condicionadores não conseguiriam solucionar. Deu-se aí, ao certo, a oportunidade, oriundas de tremendas exigências para com esse ser, transcender a seus próprios impulsos que o condicionavam. Mas que, nesse momento de sua caminhada não lhes davam as necessárias respostas, no sentido de garantir-lhe a sobrevivência em um meio ao qual não estava totalmente adaptado.

A partir daí, a evolução naquele que era nosso ascendente pré-histórico, teria seu direcionamento definido na medida em que, nesse instante de tempo, suas ações mentalizadas passariam a ter-lhe uma relevância maior que seus dotes instintivos e condicionadores que dominavam suas ações até então; dando-lhe assim uma nova geometria evolutiva ao ser, geometria essa que, abrindo caminho entre seus instintos, conseguia espaços para um novo cérebro que tentava formar, tornando-o cada vez mais lúcido, levando com isso todo o seu ser a caminhos melhores de trilhar. Aos quais correspondia a esse novo direcionamento, apresentando uma maior sensibilidade ao seu conjunto muscular.

Procurando tornar-se um veículo mais acessível e adaptado às novas condições, exigências de comando que provinha do novo cérebro.