XI
 

Com o seu desenvolvimento mental, a evolução do homem tomou rumos mais objetivos. Agora, os conhecimentos adquiridos por sua inteligência já seriam deixados para as gerações que viriam paralelamente as suas conquistas de maneira genética, na forma de cultura.

Esse ser, a partir de tal fato, expandiu de forma nova sua maneira de evoluir; e, consequentemente de transmitir essa evolução. Deixando-as desvinculadas de suas características físicas entendidas como sendo forjadoras de seus limites corporais e, da mesma forma, transmissoras dos desenvolvimentos intelectuais que a raça alcançava. Para agora, na forma como confeccionava a sua maneira o ambiente, modificando-o, enviar junto a essas modificações, bases culturais para as novas gerações.

Seu desenvolvimento dava-se agora, muito mais intensamente, na transcendência de sua intelectualidade, que ficava mais lúcida. Sua mente já direcionava o sentido, como dissemos, de sua evolução, levando a espécie a expandir suas próprias fronteiras do conhecimento a limites nunca antes alcançados, liberando, ao mesmo tempo, gradativamente, seu corpo, pelo artifício que conseguia através do conhecimento e desenvolvimento desse mesmo intelecto.

O instinto primitivo e irracional foi derivado no conjunto da evolução da espécie humana em seguimentos superiores, a partir de sua forma original de onde provinha. Tornando-se artifícios intelectuais aptos a fazerem parte ativa do emergente cérebro humano ancestral; e consequentemente, circular pelos difíceis caminhos que a consciência, "estufa" em cujo "caldo", possibilitou "brotar" todos os demais sentidos dessa "abertura" lúcida, concedia como "dona" de todas as dimensões possíveis nesse mundo transcendente, transitar nesse único contato admissível com a realidade. Compreendendo como sendo essa dimensão consciente o espaço lúcido desse cérebro que iniciava, "luz" maior e precedente de toda essa nova estrutura intelectual que começava a elaborar-se no desenvolvimento evolutivo desse homem ancestral. E que, de onde o pensamento, o raciocínio, o talento (em suas várias formas), a busca da memória aprendizada, e os demais artifícios ativos da mente, germinariam e passariam, a partir de seu "berço" elucidativo, a interdepender-se.

De sua origem, polêmica e singular na forma como evoluiu, deu-se início ao processo efetivo de caldeamento do ser, concernente a elaboração progressiva que a nova ordem evolutiva e seu processo, investiram no cérebro da espécie. Fazendo de seus seres, inusitados, e trazendo com a sua iniciante consciência, o surgimento das primeiras indagações acerca de sua existência e do mundo que a envolvia.

Indagações muitas vezes suscitadas num simples lance de olhar ao horizonte distante, feitos por essas primeiras consciências.

Todavia, por sua pertinácia e profundidade, produto de um mundo tão inquietante, não obstante a distância temporal a nos separar daquelas épocas, muitos desses remotos questionamentos, encontram-se ainda hoje, sem respostas.