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Os seres que evoluem de forma natural, isto é, na interdependência com o meio em que estão inseridos e, portanto, diferindo a partir de certa etapa da forma como foi conduzido o processo evolutivo humano, necessitam de uma correlação de igualdade e equilíbrio entre o instinto que os guia e a massa corporal que os protege. Dessa exata medida de equilíbrio é que conseguem a sobrevivência.

De forma singular, o homem cindiu a essa correlação, quando por razões já vistas, desvinculou-se dessa interdependência natural. No sentido em que, da mesma forma, direcionava seu desenvolvimento evolutivo para um progressivo aprimoramento intelectual, que tomou rumos mais definidos quando o novo ser não dependia, como bem vimos, das modificações ambientais.

Para isso, utilizava-se da agudeza de sua lucidez emergente e que cada vez mais lhe abria espaços em sua massa cinzenta. Esses constantes aperfeiçoamentos, no seu intelecto, pelo qual passavam nossos primordiais ancestrais, eram-lhes ditados segundo as regras do caminho inicial que a evolução os impôs trilhar, e que dessa nova forma de desenvolvimento onde a espécie humana ousava experimentar, não pôde mais dissociar.

As modificações primordiais que a nova raça sofreu, a distinguiu da espécie que foi originada, e lhes deu as condições de seguir esse caminho singular em elaboração. Sobrevivendo a partir de certa etapa de sua evolução, nesse mesmo desenvolvimento que ousou perseguir, ainda que, todavia, para continuar garantido a sobrevivência, não teria direito a retrocessos nesse processo.

Ultrapassando os obstáculos e seguindo sempre em frente. Lutando contra instintos milenares que ainda o dominavam e ocupando com um emergente esforço mental, essas determinações remanescentes que lhes "sobraram", vindas de um passado imemorável, perdidas na vastidão do tempo, e que, desde os primeiros dias dessa caminhada que empreendia, com eles digladiava. Sendo que, de cada vitória sobre tais instintos, foram que esses primeiros homens conseguiram alcançar suas maiores conquistas.

Resumindo alguns aspectos do que acima falamos, o que compreendemos como sendo evolução desse homem antepassado repetiremos aqui, o que espaçadamente e de maneira mais geral já foi descrito.

No correr do desenvolvimento das formas primordiais do homem, quando suas transformações, obedecendo a mudanças ambientais, ainda lhes traziam modificações em sua forma física, que foram as responsáveis e que lhes propiciaram os meios para direcionar sua evolução, no sentido que nele, os primeiros ancestrais do homem, foi imposto a essa mesma evolução, inusitada em todo o ambiente natural; desenvolveu-lhe, progressivamente, o aprimoramento do seu cérebro.

Dessa maneira, de forma permeável e transparente esse limite intermediário que lentamente transpôs a espécie, delimitou também a passagem para um novo degrau no seu desenvolvimento, sendo compreendido como a gradual transformação do ser que se modificava ao ambiente, para ser o modificador desse mesmo ambiente, e que não necessitava mais se moldar fisicamente a ele.

Esse limite intermediário, tênue e indefinido que ultrapassava nosso ancestral em sua evolução, pode ser compreendido como a fase em que caracterizou-se o direcionamento dessa mesma evolução, em seu desenvolvimento, que pela maneira como foi alcançado e desenvolvido na espécie ancestral, teria aspectos singulares no sentido em que contrapunha-se ao próprio processo evolutivo natural, e pela maneira como formava os novos seres, divergiria também da própria essência em que foi elaborada para condução da criação, desde o aparecimento da vida.

Foi talvez aí, nessa etapa intermediária, que transcendia, vamos assim dizer, nossa espécie compreendida na margem permeável e inconsistente que concedia essa passagem, que formas iniciantes de cultura tiveram seu início. Da mesma maneira, transmitidas paralelamente, porém, sem estarem inseridas nas transmissões herdadas geneticamente pela espécie no transpasse das gerações.

Sendo assim, não mais transmitindo só hereditariamente nos seus desenvolvimentos, mas deixando para as gerações que viriam indícios artificiais do que conseguia. Dava, o homem, início as primeiras transmissões extracorporais de fatores artificializados por ele.

Seriam esses fatores extracorporais, formas iniciantes de transmissões culturais que a espécie passaria a legar as gerações posteriores.

Não mais prescindindo de modificações nos seus caracteres físicos para continuar sobrevivendo e evoluindo. Mecanismo esse, acima inserido no próprio conjunto evolutivo e que possibilita a continuação da vida no planeta: a mutação genética. Sendo que, através da qual, atingiu esse sentido inusitado na forma como evoluía, e que agora nele passou a atrofiar, conseqüência direta do seu pouco valor à sobrevivência e evolução da espécie.

Então, dessa forma, gradualmente substituído pelo mesmo artifício intelectual, deu a esse ser chegar nesse estágio de sua evolução.

Fazendo, então, de sua intelectualidade progressiva, substituta para alterar as distorções que viessem a acontecer a sua sobrevivência. E, que anteriormente encontraria respaldo para essas mesmas distorções naturais nos mecanismos genéticos tradicionais, inseridas na evolução.

Momento importante esse, quando o homem transpôs a barreira das transmissões culturais entre uma geração e outra; importante no sentido da sua abrangência progressiva no desenvolvimento intelectual desses primeiros ancestrais. Delimitando assim, um novo perfil na elaboração da espécie e, consequentemente, na amplitude de seu futuro para o desenvolvimento da nova raça.

Por conseguinte, quando nossos antepassados estagiavam em sua evolução quando passaram a extrapolar o envio do seu desenvolvimento às gerações que viriam da forma puramente biológica que geneticamente a espécie anterior concedia esses transpasses e, dessa maneira, dando início as primeiras transmissões culturais.

Foi, ao certo, esse o ponto onde realmente sua linha diretiva de desenvolvimento foi traçada, e que, daria efetivamente ao primitivo ser as condições de progressivamente evoluir até nós, homens de hoje.

Sua evolução, como bem vimos, não seria mais cíclica, a qual nos seres instintivos os faz buscar adaptação contornando com seus corpos as mudanças ambientais.