INTRODUÇÃO
 

Um dia o homem viajará nas estrelas, e povoará todo o universo. É a sua grande aventura. Seu futuro, com certeza. Por isso, não podemos deixar de olhar para o passado longínquo onde, se o tempo existir, e podermos seguir sua orientação, perguntaremos como tudo começou e motivou o surgimento das primeiras sementes que possibilitaram brotar e chegar até nós, homens atuais.

São perguntas inevitáveis que nos vem perseguindo através dos tempos. Das suas respostas, muitas delas não solucionadas, é que deixaremos de nos angustiar sobre a nossa existência. Existência essa, cheia de dúvidas e interrogações.

Navegamos num planeta diminuto em comparação com a grandeza do universo. Será que um dia compreenderemos sua natureza e daremos sentido ao nosso surgimento? Compreenderemos a dimensão do tempo, único recurso de nossa orientação e encontraremos no passado respostas para essas incógnitas? O planeta nos acolherá, na sua aparente perenidade, até a compreensão dessas perguntas, cujas respostas são inevitavelmente a "chave" que garantirá nossa sobrevivência futura?

A compreensão de onde tudo surgiu é pouca. Na verdade, nada sabemos com absoluta certeza. Tudo nos intriga e nos angustia. Sabemos pouco de nossa verdadeira existência, mesmo vasculhando o passado e imaginando o futuro. Buscamos, então, em nossa pequena memória, perdida na vastidão do tempo, elementos para solucioná-la. Agarramo-nos a ela como náufragos a uma jangada.

Notamos, para nossa tristeza, que esses elementos fornecidos pelo tempo são poucos, quase nada, fragmentos iludidos na sua vastidão.

Esse trabalho, porém, que vamos narrar adiante, não busca soluções. Mesmo porque elas ainda não existem. Resgata sim, só um lapso dele - o tempo - e nossa passagem por ele. Consequentemente, muitas das perguntas que propomos ficam sem respostas. São as mesmas perguntas que fazemos desde a aparição de nossa consciência.

Queremos com ele, a explanação do que provavelmente compreendemos como certo em nossa caminhada pelo planeta. São as mesmas perguntas que no início dela, os longínquos ancestrais também faziam, e as trouxeram até nós.

O que aqui então queremos é o relato dessa caminhada e as transformações no seu decorrer. Nada prometemos elucidar no sentido de seu início primordial, mas simplesmente comentar o que achamos que sabemos.

João Augusto Vaz